Poemas no espírito da Poesia!

"Ja disse o homem que depois/ Morreu e ficou na memória./
Que existe uma coisa na roda da história/ Que uma camada pra trás quer rodar./
Mas estes não servem/ Pra pôr sua mão nesta manivela/
Ficarão a margem olhando da janela/
A luta do povo esta roda girar."

(Ademar Bogo - CD Arte em Movimento).

Seguidores

sábado, 10 de outubro de 2009

IDEAL, REAL, SONHO OU ILUSÃO!?!


Ontogênese: origem do ser!
Práxis: ação refletida!
Trabalho: como princípio educativo!
Ser, estar, acontecer!
Espaço de ação e transformação!
Essência, muito além da aparência!
Conhecimento, consciência, ciência!
Sujeito, coletivo, comum!
Viver, participar, organizar...
Fenômeno articulado com o todo!
Dialética e Movimento: 
mudança permanente!


Nichos, ilhas, excelências...
Indução, cooptação, manutenção...
Sistema, resistência, sobrevivência.


E nós colocados em outro lugar
Com outra proposta educativa
Sob um discurso alternativo mudancista
Em espaço potencialmente revolucionário
Com privilégio de tempo
Nem tanto de espaço
Construindo conhecimento integral,
Transdisciplinar e contextualizado,
Na inserção real com educandos.
E nós fora do arraial, da forma, da ‘área’,

Em processo de formação, em cursos...


Nas casas... à disposição, por horas padrões.
Pouco tempo de trabalho formatado...
Dentro de quarenta horas semanais.
O que o sistema quer de nós?
Que quer o governo de nós?
Projeto de superação?
O ideal, o real, o sonho ou a ilusão?
E nós o que somos e o que queremos?

Sergio Bucco - Curso de Formação - SED/ARCAFAR SUL - CTBA/PR, 18/04/2007.

O CAMPO DA EDOC



O campo é Território
E demanda uma Educação.
O povo faz um ofertório...
Ele quer emancipação!


De condições mais naturais,
Tem saberes e sabores da terra
Vindos dos Povos Indígenas e Faxinais,
Ribeirinhos, Caiçaras, Quilombolas...


A Educação quer ser resistência
Na busca de Autonomia...
Sabe a quem a reverência
Na luta de todo dia!


No campo da Liberdade,
Na busca do Desenvolvimento
Cria Sustentabilidade
Da família cem por cento!


Ela nasce de um sonho
Sonhado pela Coletividade
Ao Campo só traz ganho...
Respeitando a alteridade.


Lócus da Biodiversidade,
Cultiva a Ética do Cuidado.
O camponês com sinceridade
Está atento para não ser ludibriado!


A Revolução Verde foi de morte...
Não permitiu ao Povo avaliar.
Deixou-o à própria sorte...
Já não podia se alimentar!


Depois se chamou Agronegócio...
Tudo em função do capital!
A produção se chamou mercadoria
E o camponês se deu mal!


A Educação neste contexto
É um processo em construção.
Não enrola com pretexto...
Mas objetiva a Transformação!


Ela tem muitas ferramentas
Pois vem de outra visão...
A urbana fique atenta.
Ela é feita com o coração!


O camponês produz para o consumo
E para complementar sua renda...
Com tecnologia cria seu insumo
Bem diferente da fazenda!


A Agricultura é como a Mística:
Uma prática transcendental!
Ela tem sua logística:
Uma ação fundamental!


O jeito do trato com a Terra
Pode se chamar Agroecologia!
Basta de veneno da guerra...
Agora tem Tecnologia!


Produzir com Saúde o Alimento
Pois a prioridade não é exportar!
Se prioriza o autossustento...
Sem deixar a Terra acabar!

Solo, útero das sementes
A vida nele se quer perpetuar!
Produzir Alimentos das Gentes
E as fases da lua respeitar!


Gaia, complexo interdependente
Faz pensar e se produz Filosofia!
Práxis que envolve toda gente
Da Cidade e do Campo todo dia!

Esta Educação tem também seu Cantar!
Arte que identifica seu Território...
Com Movimentos sociais está a caminhar
E tem grande animação seu repertório!


Estas quadras são um rascunho...
Estímulo para a companheirada.
As escrevi do próprio punho...
Para ver toda turma animada!

Sergio Bucco – Seminário de EdoC/ Fax. Do Céu (10/10/2006)


e II Seminário de EdoC/Dois Vizinhos (16/11/2006) – PR.
_______________________________________________
Imagem: http://diaadia.pr.gov.br/

PROFESSORA MILENA¹

Senhora, menina moça!

Educadora sexagenária!
Vê a educação desde a roça.
É uma pessoa visionária!


Assim como o velho mestre,
Faz uma leitura do mundo...
Tem uma leitura campestre.
Busca a raiz bem profunda!


É contra a avalanche neoliberal,
Em defesa dos direitos sociais.
Uma posição contra o mal...
A favor dos direitos iguais.


Por muitos anos esteve na luta.
Nas organizações de esquerda militou.
Do sistema não quis ser prostituta.
E mesmo decepcionada não capitulou.


O sistema lhe mostrou veleidade...
Que pra dominar mostrou despolitização.
A mestra manteve a radicalidade.
Jamais abriu mão da formação.


Afirmou que a tragédia está armada.
Mas devemos manter a resistência.
Reunir com cada camarada...
E trabalhar com inteligência.


Há possibilidade de transformação
Que pode se dar pelo local...
Democracia com participação
E transparência é fundamental.


A plantação está feita!
Façamos os cuidados culturais.
Cada texto, cada palavra se aproveita...
Avançar sempre, retroceder jamais!

Sergio Bucco, 2007.
____________________________________________________
¹ Professora Milena Martinez lecionou no Curso de EdoC em R. Bonito do Iguaçu/PR.

SEMENTE


Fartos são os ditados sobre a semente.

De igual modo as filosofias.
Inspiração de muitos poetas.
Bem como os estudos da biologia
Motivo de pesquisa de bancos genéticos.
Tema de muitos experimentos...


Da vida é prolongamento.
Uma explosão de energia.
Renovação constante da vida.
Alimento, sinal de perpetuação...
Patrimônio da humanidade.
E de todos os seres viventes.


Elemento cobiçado pela ganância.
Em processo de domínio...
Através da biotecnologia...
Para os povos submeter.
Mediante a criação da transgenia!
Por meio de impostos de ‘direitos de patente’
E o monopólio de sua comercialização.


Isto tudo e muito mais é a semente!
E o que ela representa...
Como o que querem fazer com ela...
Sem sementes crioulas adeus independência,
Não haverá mais emancipação!
Porém ao final do túnel há uma esperança:
Consciência , organização, resistência e luta!

Sergio Bucco, 20/09/2006.
Imagem:  http://www.emater.tche.br/site/noticias/noticia.php?id=7639

ESTUDAR NA CFR¹



A CFR¹ é uma escola diferente!
Aqui colocamos a ciência em prática!
Tem lugar para toda gente...
Aprendemos também a gramática!

Aqui conhecemos os tipos de terra.
Trabalhamos a compostagem...
Trazemos conhecimento de outras eras.
Não tem espaço para traquinagem!

Temos currículo e conteúdos.
A vida queremos entender...
Não nos assustam os rabudos...
Queremos o mundo saber ler!

Nossa maior companheira é a família.
Para entendermos nossa cultura.
Temos apoio até de Brasília...
Para reforçar a agricultura!

Na CFR também nos divertimos...
Ao cantar, dançar e jogar bola!
No cotidiano o saber adquirimos.
Em nossas relações a amizade rola!

Na CFR se aprende a trabalhar...
Na horta e jardim temos cultivos!
Não pensem que nossa vida é só bricar!
Somos meninos e meninas altivos!

Aprender e trabalhar é um processo...
Como um princípio educativo!
Nossa vivência é um sucesso...
E o produto é positivo!

Contamos sempre com vocês!
Cumpriremos mais uma jornada...
Até nos encontrarmos outra vez
Seguiremos a nossa estrada!

Sergio Bucco e turma 2007.
_______________________
¹ CFR: Casa Familiar Rural.

REVOLUÇÃO VERDE E RESISTÊNCIA

Nos idos dos anos sessenta
Uma revolução química acnteceu.
O solo então não se sustenta...
E o conhecimento se perdeu!

A pesquisa estava como pilar
Na exportação teve sua lógica.
Os agricultores passou a embolsar
Criando uma situação patológica.

A indústria estava instalada...
E grandes 'cooperativas' a negociar.
A prática tradicional foi atropelada...
E fez a dependência aumentar!

Chegava o agrônomo veneneiro...
Entrando na cozinha do agricultor.
Demonstrava dentro do seu terreiro...
Os conhecimentos de 'doutor'!

Faltava aos técnicos saber ouvir.
E ao agricultor compreender...
Na base do conhecimento construir
E a dinâmica do solo entender!

Resultado fácil se deu...
Do campo sairam milhões!
O favelamento cresceu...
Aumentando os grilhões!

Nos idos dos anos noventa
Cresceu a resistência.
O campo já não aguenta...
Recupera a sua competância!

Ainda persiste a assistência
E das multi... a escravidão.
Não se conhece da vida a essência.
Basta, vamos na contramão!

A ATER deve criar nova visão.
O potencial do campo reconhecer.
Com  organização ampliar a integração
E a vida de qualidade crescer!

E os agricultores na base...
devem normatizar pela convenção.
Desenvolver nas relações nova fase
E o coletivo fazer a transformação!

Sergio Bucco, 14/11/2006.

OLHARES

Há o olhar que brilha.
Há aquele que solta chamas e queima!

Há olhar que acolhe e convida.
Há aquele que espanta e expulsa!

Há olhar que ama.
Há aquele que odeia...

Há olhar que perdoa.
Há aquele que se vinga!

Há olhar que se dá.
Há aquele que se furta...

Há olhar terno e manso.
Há aquele amargo e rancoroso.

Há olhar sincero e verdadeiro.
Há aquele falso e mentiroso...

Há olhar que abraça e acaricia!
Há aquele que bate e fere...

Há olhar humilde e simples.
Há aquele arrogante e prepotente!

Há olhar que dá vida...
Há aquele que mata!

Há olhar que aconchega.

Há aquele que esfria!

Há olhar misericordioso e compassivo.
Há aquele que julga e condena!

Há olhar desarmado e sereno.
Há aquele bélico e destrutivo.

Há olhar silencioso...
Há aquele que é estrondoso!

Há olhar que rega e nutre...
Há aquele que seca e resseca!

Há olhar que é fragrância...
Há aquele nauseabundo!

Há olhar que vê, observa...
Há aquele que é cego...

Há olhar e olhar!
Sergio Bucco, 05/12/2005.

TOQUE

Toque e sinta a sinergia.
Toque, supere a mesquinharia.
Toque os filhos da 'vacina'
E das 'picadas' metafóricas.
Toque e troque energia.
Toque o físico, a alma e o espírito.
Toque o ser cósmico.
Toque o universo...
Complexo do humano ser!
Toque solidariamente.
Toque a mente, os sonhos, os ideais.
Toque pela manhã, ao dia,
À noite e ao até ao repousar.
Toque o simples e o inacessível.
Toque a criatura e o criador.
Toque sem provocar constrangimento.
Toque o pensamento.
Toque a audição e a molodia.
Toque o olfato e o odor.
Toque o tato com muito tato!
Toque a visão e a cor.
Toque a aurora e o crepúsculo.
Toque os fenômenos materiais,
Os imateriais, os transcendentais.
Toque e viva...
Sergio Bucco, 21/05/2005.

APESAR DE TUDO

A vida é maravilhosa!
Sua energia penetra e perpassa
Os mínimos detalhes do Κόσμος.
a luz que desnuda todos os seres.
A água que vitaliza e revigora.
A brisa que move e transporta.
O frio que provoca a ação.
O calor que induz à suavidade...
A penumbra que evoca saudade.
O canto que acalma e agita.
O sorriso que desarma e aformoseia.
O olhar que fala, toca e acaricia.
O toque de energia recíproca.
A sinergia...
O aperto de mão sicero.
O verde que lembra a esperança.
As flores, suas cores, terapia!
A rocha que evoca a permanência.
O solo, o húmus, o homem, a mulher...
A semente que esconde a explosão da vida!
Sergio Bucco, julho/2004.

EDUCAND@ E ESCOLA

Desperta contente
Se arruma ligeiro.
No ônibus faceiro
Com malas de sonhos
E esperanças:
É o educando...
~~~
Por vezes a pé
Segue com fé
Em dias melhores.
Entra na escola
Curioso está...
~~~
E os educadores
Mestres desvelados
Estão ao seu lado
Trazendo informações.
Trabalham o livro...
Viajam ao homem
No seu interior.
~~~
Buscam um intento:
O conhecimento...
Que não é infuso
Ele se processa.
Na interdisciplinaridade
Teoria e prática.
~~~
Na transdisciplinaridade
Mediada em projetos
Passa pela gramática
constrói o texto
Evita o pretexto.
Manipula os números
Em tempo e movimento!
~~~
Ocupa o espaço
produzindo o belo
Que a vida oferece
Cheia de elementos
E intrínseca força
De transformação.
~~~
É a escola...
Entre quatro paredes
Meio artificial.
Tudo mudou!
Nada mudou!
Cheia de emoção
Contramão da História.
~~~
Às vezes uma ilha...
Bisavó do mundo global
Filha do sistema
Vive uma teima
Para sobreviver
E se reciclar!
~~~
Busca superar a crise
Com cidadania
Sempre em ação
E muita alegria
Saindo do coração!
~~~
Perfeita sintonia
Melhorar cada dia
Buscando a veracidade
Educador e educando
Junto à sociedade.
~~~
Sempre constante
Em qualquer idade
Evita o rompante
E com razão...
Estende as mãos
Em cooperação solidária
Todos juntos fazem a diferença!
Sergio Bucco, 15/02/2002.

LIBERDADE AO SER

Não venhas à escola porque és obrigado/a.
Nem porque te impões tal constrangimento.
A escola ainda é um lugar onde se aprende...

Não faças algo porque te submetem...
Nem porque te impões um sacrifício.
Fazer é acontecer e isto faz a diferença!

Não participes porque é a lei.
Nem porque desejam isto de ti...
A corrupção e o abuso de poder são o preço da omisssão!

Não diga alguma coisa para ofender...
Nem para bajular, massagear egos...
Digas simples e tranquilamente a verdade.

Não escutes porque assim exige o regulamento.
Nem porque é uma necessidade intimada...
Quem ecuta poderá ser ouvido também!

Não dês um sorriso amarelo.
Nem rias com deboche...
O sorriso aformoseia o rosto!

Não te ensoberbeças 'montículo de poeira'
Nem te orgulhes ser dito humano...
Nós passamos como a flor... queimada pelo sol!

Não te rebeles porque ser 'do contra' é moda
Nem reajas porque te sentes acuado...
Tomar posição é uma postura cidadã!

Não aceites nunca uma imposição
Nem qualquer tipo de coersão...
A liberdade é um valor supremo!
Sergio Bucco, 21/11/2001.

GAIA

A Mãe Terra está em contosões profundas.
Grita, geme, tal é a sua dor!
A Mãe Terra queima e cai-lhe os pedaços, qual uma leprosa...
A Mãe Terra, qual bronquica, não consegue respirar...
A Mãe Terra, qual viajor pelo deserto, está em sequidão...
A Mãe Terra, qual ser lavrado, está com sulcos dolorosos...
A Mãe terra, qual humano ao frio, treme sem  manto e sem coberta...
A Mãe Terra, qual menino de rua, está desamparada...
A Mãe terra, qual um grande lixão, sofre a consequência do 'humano' consumo...
A Mãe Terra, sim, nossa casa maior...
Está descuidada, sem afeto.
Sem carinho, sem amparo, em estado de morte.
Qual analogia da pesoa huimana...
Está a pedir aoi ser homem e mulher
'Animus et anima', apenas humanidade!
A Mãe Terra chama apenas pelo óbvio.
E este né tão simples que parece de somenos...
O esssencial, o profundo, o duradouro parecem triviais...
Por isso, por vezes (muitas vezes!) é menospresado como coisa semimportância!
A Mãe Terra pede, solicita, amor traduzido em cuidado essencial...
Que ser humano gostaria, conscientemente, de ver sua casa interior, sua alma...
Suja e desordenada e destruida?
Assim é a Gaia, nosso útero, nosso habitat, nossa última morada!
Sergio Bucco

CIDADANIA

Se não pensarmos...
Outros pensarão por nós!
Se não tomarmos posição...
Outros tomarão posição por nós!
Se nós não fizermos...
Outros farão por nós!
Se nós pararmos...
Outros virão e passarão por cima de nós!
Se nós não ocuparmos o nosso lugar...
Outros ocuparão a seu modo!
Se nós não tomarmos consciência...
Sobre a vida
Sobre a cidadania
Sobre a pólis
Outros virão e, com consciência ou não,
Farão o que deixou a nossa omissão!
Sergio Bucco, outubro de 1998.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

POR QUE ESTAR AQUI...

Se não temos o direito de ser?
Se não temos o direito de viver?

Se não temos o direito de mudar?
Se não temos o direito de participar?

Se não temos o direito de construir?
Se não temos o direito de transformar?


No papel temos todos os direitos...
Mas no 'nicho' somos tolhidos!

Se buscamos o saber somos curiosos.
Se deixamos de buscá-lo somos desligados.


Se sabemos somos metidos.
Se não sabemos somos ignorantes.


Se falamos com as pessoas somos subversivos.
Se não falamos somos somos individualistas.


Se tocamos as pessoas somos frescos.
Se deixamos de tocá-las somos mesquinhos.


Se ouvimos as pessoas somos pacatos...
Se não ouvimos somos desatentos.


Se dizemos a verdade magoamos.
Se não dizemos somos sonegadores.

Se vamos até o povo somos populistas.
Se nos distanciamos somos elitistas.


Se ajudamos somos oportunistas.
Se não ajudamos somos indiferentes.

Se obedecemos às leis somos 'caxias'.
Se não obedecemos somos delinquentes.


Se participamos somos somos repelidos!
Se não participamos somos estranhos...


Se tomamos partido somos inconvenientes.
Se não tomamos... somos do 'muro'.


Se fazemos política somos politiqueiros.
Se não fazemos somos alienados!


Se fazemos poemas somos sonhadores.
Se não somos racionalistas.


Afinal, o que serve a este mundo?
Ora, dane-se ele com a sua falta de rumos!


Nós estamos aqui para...
Com muito tesão viver de verdade!
Candói, 10/11/1994. publicado pela primeira vez no Jornal da ACDC em abril de 1995.

DESABROCHAR...



Img. Sergio Bucco, 28.09.2009.

Nossas rosas em novo domicílio

sob o orvalho da manhã
recem desabrochadas
encantam os olhos
alegram o dia
a vida
!

8 ANOS DE 11 DE SETEMBRO DE 2001
















World Trade Center!
Memória viva!
Oito anos da queda das torres gêmeas,
Símbolos da ostentação do capitalismo!
Tombaram os edifícios sinais...
Do imperialismo contemporâneo!
O orgulho desmoronou!
Tombou...


Tudo ruiu!
Foi por terra!
Virou destroços!
Fumaça e fogo!
Se tornou cinzas!
Sangue, morte, terror!


Pequeníssima mostra do que os USA
Já fizeram pelo mundo afora...
Mas ao invés de servir para auto avaliarem-se...
Sairam mais uma vez...
E mais outra vez pelo mundo...
A fazer guerras contra Povos inocentes!


Primeiro foi contra o Afeganistão...
Depois foi contra o Iraque e lá continuam...
A matar e espreitar (e carregar) petróleo...
E exercer influência e domínio!




Depois foram as ameaças contra outros...
A Corréia do Norte, o Irã...
Afinal, contra quem ousar ser independente!
Cogitaram a Triplice Fronteira do Br!
Internacionalizar a Amazônia!


São ameaças, invasões, destruições...
Em nome da liberdade, da democracia, da missão!
Morte, 'sangue, suor e lágrimas'!


USA = WTC = U$!!!

EU SOU

Eu sou ancetralidade

Em suas memórias genéticas!
Eu sou o sonho em projeto!
Eu sou arquiteto!
Mas não sozinho...

Sou com meus semelhantes!
Às vezes sou protestante...
Outras sou dialogante!

Sou identidade com este solo...
Sou liberdade!
Sou anacoreta...
À vezes sou profeta!

Vivo em nosso Tempo...
Mas penso no sustento...
Daquel@s que chegarão depois!
Não posso ser predador...
Dos recursos naturais!

Sou da História...
Lembro lá atrás!
Vivo o presente...
Estou contente!
Mas não sou acomodado
Nem alienado!

A vida é Movimento...
E Transformação!

Penso sempre na Nação...
Embrulhada pelo capital!
Tenho espírito Nacional...
Mas nossa casa maior é a Terra!

Eu sou a Resistência...
A toda discrepância...
Que sobre tuda avança
E tudo quer abarcar!!!
Candói, 2008.

REFLEXÕES SOBRE O SABER


Um burro vestido de doutor continua sendo apenas um burro vestido.



Um livro nas mãos de um analfabeto não significa nada!


Não basta saber decodificar as letras! É preciso interpretar o que se lê!


Além de aprende ler os livros é preciso aprende ler o mundo.


É perca de tempo banhar um porco, porque em seguida ele retorna ao lodo!


Um ser humano sem as ferramentas do conhecimento é um cego...


Um ser cheio dos conhecimentos, mas sem humanidade, sem reconhecimento do outro, indiferente, sem respeito, sem coração, sem humildade e egoísta é um imbecil, quiçá um tirano!


"Verba volant! Escripta manent!" (Provérbio latino)

AQUELA CASA PARECE...



Aquela Casa parece...

Mas não é Casa qualquer!
Ali tem Educação!


Aquela Casa parece...
Mas não é Colônia não!
Ali tem intromissão!


Aquela Casa parece...
Mas não é Ditadura, não!
Ali se reparte o Pão!


Aquela Casa parece...
Mas não é do Pacotão!
Ali se respeita o Chão!


Aquela Casa parece...
Mas a querem conspurcar!
Ali estamos a Trabalhar!


Aquela Casa parece...
Mas não é feita de otários!
Nela tem bom Vocabulário!


Aquela Casa parece...
Mas não é Agronegócio!
Ela é feita de Sócios!

Aquela Casa parece...
Mas não é ‘cabide de emprego’!
Ela é lugar de Aconchego!


Aquela Casa parece...
Mas não vive de aparência!
Ela é lócus de Resistência!


Aquela Casa parece...
Mas não é lugar de escravidão!
Ela gera Emancipação!


Aquela Casa parece...
Mas respeita a Inteligência!
Ela segue a via da Consciência!


Aquela Casa parece...
Mas vai além da Despensa!
Nela tem gente que Pensa!


Aquela Casa parece...
Mas não tem ‘erosão’!
Ela prospera na Produção!


Aquela Casa parece...
Mas não objetiva humilhar!
Ela tem um rito Familiar!


Aquela Casa parece...
Mas já vem de outro Tempo!
Ela está sempre em Movimento!


Aquela Casa parece...
Mas não é Mercearia!
Ali não se vende Mercadoria!


Aquela Casa parece...
Mas não é Guerra Fria!
Ela cultiva a Alegria!


Aquela Casa parece...
Mas não fica só na Crítica!
Ela busca entender a Política!


Aquela Casa parece...
Mas não é Plutocracia!
Ela constrói a Democracia!


Aquela Casa parece...
Mas não fica no ‘pé de chão’!
Ela desenvolve o Cidadão!


Aquela Casa parece...
Mas ali sim tem Respeito!
Nela se desenvolvem Sujeitos!


Aquela Casa parece...
Mas não fica no ‘escuro’!
Ela não se faz com ‘dedo duro’!


Aquela Casa parece...
Mas não se abala com Temporal!
Ela tem procedência do Rural!


Aquela Casa parece...
Mas não se assusta no trampo!
Ela faz Educação do Campo!


Aquela Casa parece...
Mas não se abala com a pressão!
Ela combate a opressão!


Aquela Casa parece...
Mas querem desviar sua Função!
Ali se recusa a Perseguição...


Aquela Casa parece...
Mas não ensina a ganância!
Ela se faz na Alternância!


Aquela Casa parece...
Mas não é um bacanal!
Nela tem Contato Pessoal!


Aquela Casa parece...
Mas não perde a Fotografia!
Ela tem Espaço e Geografia!


Aquela Casa parece...
Mas constrói a sua imagem!
Nela se aperfeiçoa a Linguagem!


Aquela Casa parece...
Mas não fica na Cidade!
Ela valoriza a Biodiversidade!


Aquela Casa parece...
Mas não pára só na Gramática!
Ela faz também Matemática!


Aquela Casa parece...
Mas não aceita ficar à parte!
Ela cultiva igualmente a Arte!


Aquela Casa parece...
Mas não vai perder a Memória!
Ela registra cada dia sua História!

Aquela Casa parece...
Mas não é Particular solitária!
Ela é do tipo comunitária!

Aquela Casa parece...
Mas não é o que ‘querem’ que ela seja!
Ela é o que Precisa e Deve Ser!
Candói, 25.06.2009.

PERGUNTAS DE UM CAMPONÊS QUE LÊ E PENSA



Quem criou o sistema cujo motor é a exploração do Trabalho alheio e o lucro,

e cuja prática tem por base o domínio e a exploração?


Nos livros nos disseram que foi resultado de uma evolução histórica,
fruto do Trabalho da burguesia e do renascimento comercial, depois do século XII...


E os edifícios públicos – escolas, postos de saúde, centros comunitários,
ginásios de esporte, dentre outros – quem os construiu?


Nas placas inaugurais estão escritos os nomes de prefeitos, governadores e outros políticos.
Foram eles, com instrumentos próprios, que dobraram as barras de ferro,
mexeram o concreto ou a massa, assentaram os tijolos e deram o acabamento?
Nenhum trabalhador os ajudou?



E os recursos de onde vieram? Fala-se que vieram do banco ou do ministério tal ou qual!
Tem algum investimento que não seja originado dos impostos arrancados da população?


E os tributos, pagos de forma consciente ou não, têm o retorno e a devida prestação de contas ao Povo?


A produção da agricultura, das jazidas de minério, da indústria, do mercado propicia recordes nos noticiários
e elevam as estatísticas do PIB do País. Mas estes recordes alimentam a Nação
e trazem desenvolvimento e vida de qualidade para todo o Povo?


E os Camponeses e Agricultores Familiares que põem o alimento em nossas mesas:
por que seu excedente é pago a preço de banana e quando vão
ao mercado comprar mercadorias pagam a preço de ouro?


E as cidades – verdadeiros formigueiros humanos e centros de barbárie –
têm urbanização, luz, água, esgoto, praças, jardins, serviços e... favelas!
Será que a miragem urbana tem o propósito de atrair e controlar mais facilmente os trabalhadores?


E o Campo, o “meio rural”, por que muitas vezes tem apenas uma estrada ruim
que parece que está lá para não ser transitada ou para desmontar os carros?


E os filhos dos camponeses, por que têm que ir compulsoriamente estudar
nas escolas da vila ou da cidade e conhecer apenas as “ciências urbanas”?
E as instituições bancárias, que vivem da especulação financeira, negociando papéis
a altíssimos juros, que são as empresas mais lucrativas do Brasil, a quem beneficiam?


Tantas perguntas, tantas indagações e dúvidas...
Outro tanto de discursos, promessas e enganação!
E o Povo vive na ilusão de mudar com o voto...


Que outras ferramentas os Camponeses e os Agricultores Familiares
dispõem para transformarem a realidade, o meio onde eles vivem e produzem suas condições de vida?
Quem sabe a organização, a resistência e a luta!

APESAR DE...



Apesar de ti o mundo existe!

Sem ti ele existe também!
Eu e tu não fazemos falta nenhuma ao mundo...
Sem nós pode ser até que ele tenha mais chances de ser!


Nós Humanos somos os piores predadores da Terra!
Conosco o mundo pode acabar!
Sem nós ele poderá continuar...


Apesar de tudo...
O mundo ainda está aqui!
Está em movimento contínuo...
Tudo se move constantemente!
Nada pára hora nenhuma...
Nada é igual...
Tudo se transforma!


As águas evaporam, formam as nuvens e caem de volta...
Penetram nas florestas, nos campos, nas lavouras...
Fecundam o solo e fazem as plantas crescerem!
E retornam às fontes...


Não encontrando lugar para encharcar, as águas...
Correm rápida e velozmente para os fundos de vale...
E tod@s conhecemos as consequências...
Mas as águas não são culpadas!


E a Terra judiada, pelada, lavrada, envenenada, continua...
Num processo de resistência, ainda dando lugar a tod@s!
Como o dito que diz: “O sol nasce para todos, bons e maus...!”
Sexta-feira, 5 de Junho de 2009