Poemas no espírito da Poesia!

"Ja disse o homem que depois/ Morreu e ficou na memória./
Que existe uma coisa na roda da história/ Que uma camada pra trás quer rodar./
Mas estes não servem/ Pra pôr sua mão nesta manivela/
Ficarão a margem olhando da janela/
A luta do povo esta roda girar."

(Ademar Bogo - CD Arte em Movimento).

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sexta-feira, 14 de agosto de 2015

TUDO SE TRANSFORMA


No Recanto Lagoa da Colina
Leio, oro, escrevo, observo, reflito...
E o vento sopra...
Acontece uma tempestade de folhas...
Amareladas, secas, em decomposição...
As folhas secarem... talvez seja dolorido
Um processo de espera...
Um processo distante...
Necessário para a renovação e transformação.

As árvores renovam as suas vestimentas
Transformam o seu visual...
Reverdejam com novos brotos e folhas.

Mas nem por isso arrancam seus galhos
Nem extirpam as suas raízes...
Continuam umas próximas das outras
Em uma espécie de sincronia vital...
Produzem um tapete sobre o solo
Que se renova e segue alimentando...

Há uma sinergia...
Um processo de renova...
Relação de interdependência
Uma 'coletiva' transformação!

quarta-feira, 12 de agosto de 2015

TUDO... RECORDA A TI

Tudo... recorda a ti
As memórias
As nossas Filhas
As suas Famílias¹
A nossas casas
Os nossos carros
O nosso Trabalho
Os livros
O jardim
As flores
As cores
O perfume

E a tua ausência
A tua distância
O teu silêncio
A tua indiferença
A tua acomunicação
Me deixam moído...

Tentei distrair-me...
Respirar outros ares
Experimentar possibilidades
Mas não dá!

Tudo é tão presente
Tão fresco
Tão recente
Tão vivo!

Quem és tu...
Diante do infinito Universo?
Nada, nada, nada!
Mas é o nada que, depois de Deus,
Pelo qual anseia o meu coração!

Isto seria passado?
Estaria eu vivendo no pretérito?
Não, não, não!
É presente, bem presente!
Tudo o que vive e respira ...
É presente!

Caia a chuva
Venha o sol
Chegue a Primavera
Retorne o Inverno
Enquanto eu viver
Voe tu para onde fores...
Estarás em minha memória
Viva, presente, palpitante!
E continuarás ocupando...
O lugar número um em minha oração!
Que o Senhor te Abençoe...
E te livre de todo o mal!
Porque o Mundo é cruel...
"E jaz no maligno"!²
___________________
¹ A Família é sagrada, é divina. E o Diabo não tem Família!
Enquanto o Senhor Jesus veio para que tivéssemos "vida e vida em abundância",
“O ladrão não vem senão para roubar, matar e destruir” (João 10.10).
E quem é o "ladrão"? O Diabo!

² 1 João 5.19.

domingo, 22 de março de 2015

PRA ALÉM DOS SONHOS


No silêncio da madrugada...
Mavioso som me desperta
E um cantar de pombas se ouve...
Ensaiando seu arrulhar matutino.

Me quedo sozinho...
Fruto das minhas “escolhas”.
E além do barulho do silêncio,
Ouço ao longe algum galo a cantar.

Por instantes sinto vazios...
Uma dor dilacerante na alma
Mas chega o lenitivo divino
E então posso reviver...

São tantas as impressões...
Deixo a cama vazia.
Levanto, me hidrato...
Apelo às poções mágicas

Enfrento os desafios da aurora
A vida se agita...
Chega preguiçosamente o sol

E me ponho na estrada!

Nada passa batido...
Ou cai no esquecimento!
Tudo fica latente...
Em processo de 'avaliação'!

   Sergio Bucco - Recanto Betel, 19/03/15.

domingo, 7 de dezembro de 2014

VIDA – VIVÊNCIA – CORAÇÃO


A vida tem múltiplos facetas que a compõem.
Por vezes nos parece que ela está pronta...
Que nada mais precisa ser feito!
Que é só carimbar e...

Mas a vivência tem nuances...
Exigências, demandas...
Que não podem ser ignoradas
Sem prejuízo de um projeto
Em movimento e transformação.

E o coração – símbolo da vida
Poder sofrer com a indiferença
Ser magoado pela ingratidão
Ser moído pelo desprezo  
Ser preterido pela a-memória.

Mas nada disso é o fim!
Há modos de se encarar...
E administrar seu processo
(Fracasso ou sucesso!)
E continuar...

Hoje meu peito sufocou...
Ficou ardendo...
A ponto de chover pelos olhos!
Mas isto também vai passar!
Está passando!
Já passou...

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

UM CORAÇÃO... UM LENITIVO


Uma vida, uma caminhada
Muitos campos, solos...
Lavrados, semeados, cuidados!
Uma farta e sustentável colheita!

É hora da compaixão...
Do exercício da misericórdia.
Da memória cordial...
Da gratidão...   

Um coração, uma dor...
Quiçá muitas dores!
A Lei da Semeadura...
Com muitas cores!

O celeiro cheio...
A tuia farta...
A mesa servida...
E um lugar vazio!

Diz que o tempo é o senhor...
Mas tem o Senhor do tempo!
Vivência, processo de mudança...
De conserto, de transformação!

No tempo da beira do abismo...
‘Um dia é como mil anos,
E mil anos como um dia!’
Eis aprumado, firme na Rocha!

Coração moído, dilacerado...
Lavrado, semeado, cuidado!
Coração quebrantado...
Aberto...  e iluminado!

Pulsando, sarado!
Batendo no ritmo...
Já desarmado...
Na paciência histórica
Na noite da fé!
No dia da esperança!
Na consumação do Amor!
                     
                      Sergio Bucco Educador Camponês

terça-feira, 16 de setembro de 2014

O PRIMEIRO AMOR


Quando fica a ausência do que se perdeu
Quando as lágrimas caem como um rio
Quando tudo parece que chegou ao fim
Quando as ‘cópias’ não satisfazem
Quando fica o vazio de tudo...
Então lembramos o primeiro amor
Aquele que ficou...
Ou que nos deixou!

Os primeiros amores se foram!
O primeiro... espiritual.
O primeiro... conjugal
E nada ocupa seu lugar!
Vem o arrependimento
Vem o choro copioso...
De dor e de saudade!
Vem a vontade de consertar
Vem o desejo de reconstruir
Vem a luz a nos direcionar

Os primeiros amores andam juntos!
Por vezes um quer impedir o outro
Por óbvias razões da Sabedoria...
Ou por ‘razões que a própria razão desconhece’!
Mas outras vezes eles querem se unir
Por uma questão de sinergia...
E completude dos seres, das almas!

Nos caminhos e descaminhos da vida...
Vem a necessidade de pedir perdão
Ou de coração aberto perdoar...
No almejo da transformação,
De a perfeição alcançar!
E outra vez, como nunca dantes,
Amar, e amar e amar!
                                              
                                           Sergio Bucco - Candói, 16/09/14.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

NOTURNA SOLIDÃO


Como reclamar da solidão
Se a lua com seus raios de prata
Atravessa a janela do quarto...
E me abraça?

Como reclamar da solidão
Se uma matilha está presente
A rosnar constantemente...
Em disputa?

Como reclamar da solidão
Se o vento assovia
Reforça o frio...
E faz cantoria?

Como reclamar da solidão
Se a minha coberta
Suavemente me aquece...
E suavemente durmo?

Como reclamar da solidão
Se o falfalhar das folhas
E o grito das corujas...
Quebram o silêncio? 

Como reclamar da solidão
Se estou coberto pelas estrelas
E o Infinito me abraça...
Em sinais de amor sem fim?

Como reclamar da solidão
Se as mais doces memórias
Estão sempre presentes...
Compondo a minha história?

Se dependesse de determinados seres
Para ocupar as sentidas ausências...
Estaria perdido, finado...
Pelos seus rumos!

Como reclamar da solidão...?
Mas como reclamar...?
Qual sentido...?
Pra quê?