Não foram as idéias que geraram este curso de especialização em educação do campo! Não foi nenhum líder iluminado que teve uma brilhante idéia.
Não, não foi nenhum doutor professor de universidade...
Foi a realidade material do povo campesino
Foi o campo, com suas demandas historicamente ignoradas por todas as políticas públicas. Marginalizado por todos os projetos de desenvolvimento.
Que desde sempre teve uma escola urbanizada e alheia ao seu contexto.
Sim, foi o campo e seus sujeitos, organizados em movimento, que fizeram isso acontecer.
Esta especialização é fruto de séculos de resistência, de luta e muito sangue derramado
Pelos lutadores e mártires do povo...
Da resistência e genocídio indígena,
Da resistência negra quilombola,
Dos camponeses de canudos e do contestado...
E tantos outros movimentos de luta campesina!
Quanta organização, quanto enfrentamento!
Quanto povo: mulheres, homens, jovens e crianças que se negaram
A serem seviciados pelo latifúndio criminoso!
Quanto sangue camponês regou esta terra!
E nós? Quem pensamos que somos?!?
Qual a importância que nos damos?!?
Nós tivemos a oportunidade e o privilégio de nos engajarmos
Num compromisso de transformação.
E este curso é sustentado com recursos que pertencem por direito ao povo camponês.
Nós ganhamos este curso, porém ele não é nossa propriedade...
Nós mesmos nos pertencemos ao campo
Pertencemos à Educação do Campo
Que esperam de nós um retorno.
E quem somos nós atualmente?
Mães, esposas, pais, jovens, trabalhadores em educação,
Que deixamos tudo, abrimos mão de casa, família, companheiros/as...
Para estudarmos e nos apropriarmos do território do conhecimento
E irmos a luta ou apenas continuá-la...
Os movimentos do povo foram ao campus universitário
E chamaram a universidade ao campo para apreender a dura, mas rica realidade deste.
Os movimentos abriram portas dos palácios catedráticos do saber.
Os movimentos foram aos palácios do poder, conquistaram recursos
E fizeram parceria com as prefeituras de R. Bonito do Iguaçu, Porto Barreiro,
Nova Laranjeiras, L. do Sul e Candói,
E parceria com a FUNPAR e a UFPR.
E na reta final, depois de muitos encontros, convivências, disciplinas e seminários
Estes espaços de saber foram conquistados.
E nós dialeticamente transformados.
No entanto, o processo continua...
A burguesia está mais ardida...
Pois para eles povo tem que ser ignorante!¹
Eia! Avante camaradas!
A luta está só começando!!!
SERGIO BUCCO/Rio Bonito do iguaçu-PR, 20/07/07.
_______________________________
1. Elaborado em 09.11.09
Poemas no espírito da Poesia!
"Ja disse o homem que depois/ Morreu e ficou na memória./
Que existe uma coisa na roda da história/ Que uma camada pra trás quer rodar./
Mas estes não servem/ Pra pôr sua mão nesta manivela/
Ficarão a margem olhando da janela/ A luta do povo esta roda girar."
(Ademar Bogo - CD Arte em Movimento).
Que existe uma coisa na roda da história/ Que uma camada pra trás quer rodar./
Mas estes não servem/ Pra pôr sua mão nesta manivela/
Ficarão a margem olhando da janela/ A luta do povo esta roda girar."
(Ademar Bogo - CD Arte em Movimento).
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segunda-feira, 9 de novembro de 2009
DO OFICINEIRO AO OPERÁRIO
No princípio era o servo.
O servo pertencia ao feudo.
O feudo era do senhor feudal.
A terra dava o alimento ...
As oficinas atezanais produziam
Para as necessidades da população.
O sistema era auto suficiente.
E veio a crise...
Muita chuva, frio e seca.
Falta de alimentos e fome.
A Peste Negra varreu o velho continente!
Entrementes as cidades ressuscitam!
O comércio reaparece...
O burgo, a feira, o banco e a burguesia!
A oficina está sob nova orientação!
Tem o mestre, o jornaleiro e o aprendiz.
Todos sujeitos à corporação!
Tudo é regulamentado...
Para impedir a competição!
O espaço foi mudando!
Um barracão, constrói o burguês!
Ali reúne cada artesão!
O trabalho sofre transformação!
E o artesão vira assalariado!
Pelo patrão é explorado!
Já não sabe fazer tudo!
Está tudo dominado!
Sergio Bucco/Candói, 10/09/09
O servo pertencia ao feudo.
O feudo era do senhor feudal.
A terra dava o alimento ...
As oficinas atezanais produziam
Para as necessidades da população.
O sistema era auto suficiente.
E veio a crise...
Muita chuva, frio e seca.
Falta de alimentos e fome.
A Peste Negra varreu o velho continente!
Entrementes as cidades ressuscitam!
O comércio reaparece...
O burgo, a feira, o banco e a burguesia!
A oficina está sob nova orientação!
Tem o mestre, o jornaleiro e o aprendiz.
Todos sujeitos à corporação!
Tudo é regulamentado...
Para impedir a competição!
O espaço foi mudando!
Um barracão, constrói o burguês!
Ali reúne cada artesão!
O trabalho sofre transformação!
E o artesão vira assalariado!
Pelo patrão é explorado!
Já não sabe fazer tudo!
Está tudo dominado!
Sergio Bucco/Candói, 10/09/09
TEMPOS PARADOXAIS
No tempo da ignorância era olho por olho e o dente por dente.
No tempo da humanização é a fraternidade e o perdão.
No tempo da ignorância era tudo na base do grito.
No tempo da humanização se dialoga.
No tempo da ignorância se resolvia tudo na porrada.
No tempo da humanização se resolve com base na tolerância.
No tempo da ignorância Deus era motivo de medo.
No tempo da humanização Ele é graça, segurança e amor.
No tempo da ignorância a natureza era poluída e depredada.
No tempo da humanização se serve dela e se cuida...
No tempo da ignorância o saber era um pacote pronto e acabado.
No tempo da humanização ele é construído no dia-a-dia.
No tempo da ignorância tudo era motivo de disputa egoísta.
No tempo da humanização... é motivo de solidariedade e comunhão.
No tempo da ignorância valia a cara feia e a mesquinharia.
No tempo da humanização vale o sorriso e a doação.
No tempo da ignorância guardava-se o ódio e a mágoa.
No tempo da humanização cultiva-se a boa convivência.
No tempo da ignorância a relação era de muralha e isolamento.
No tempo da humanização é de compaixão e companheirismo.
No tempo da ignorância valia o ouro, o dinheiro e a fama.
No tempo da humanização vale a criação, a amizade e o respeito.
No tempo da ignorância, quanta violência e morte!
No tempo da humanização, quanto desafio, luta e vida!
No tempo da ignorância, que mentalidade, que trevas, que dificuldades!
No tempo da humanização, que maravilha, que beleza, que alegria!
Sergio Bucco/Candói, 05/09/2007
BURACO!
No ato da concepção somos feitos pelo encontro de dois buracos.
Aninhamo-nos durante nove meses
em um buraco.
Nascemos através de um buraco.
Caímos em um imenso buraco.
Atravessamos muitos buracos,
entrando e saindo muitas vezes.
Respiramos por dois buracos.
Ouvimos por dois buracos.
Falamos por um buraco.
Comemos através do mesmo.
Colocamos os alimentos em um buraco.
Lacrimejamos através de dois buraquinhos.
Transpiramos por inúmeros buraquinhos.
Defecamos por outro...
Urinamos igualmente por longo buraco.
Sentimos um fugaz prazer...
pela comunhão de buracos.
Às vezes topeçamos em buracos.
Noutras, neles caímos.
Quando morremos nos colocam num buraco.
Este mundo é um buraco!
A existência é... um buraco!
Alguém falou que é um vazio...
Sergio Bucco/Rio Bonito do Iguaçu, agosto/2007
Aninhamo-nos durante nove meses
em um buraco.
Nascemos através de um buraco.
Caímos em um imenso buraco.
Atravessamos muitos buracos,
entrando e saindo muitas vezes.
Respiramos por dois buracos.
Ouvimos por dois buracos.
Falamos por um buraco.
Comemos através do mesmo.
Colocamos os alimentos em um buraco.
Lacrimejamos através de dois buraquinhos.
Transpiramos por inúmeros buraquinhos.
Defecamos por outro...
Urinamos igualmente por longo buraco.
Sentimos um fugaz prazer...
pela comunhão de buracos.
Às vezes topeçamos em buracos.
Noutras, neles caímos.
Quando morremos nos colocam num buraco.
Este mundo é um buraco!
A existência é... um buraco!
Alguém falou que é um vazio...
Sergio Bucco/Rio Bonito do Iguaçu, agosto/2007
VITALIDADE DA VIDE
Despertar em um novo dia
No caminho da tradição...
Levantar com disposição e alegria
No desejum... café com pão!
Uma menina quer descansar.
Outra tem muita disposição.
A terceira vai ainda estudar.
E eu vou partir para a ação...
Para Três Passos vamos rumar
Carregando as mudas de videira.
Plantas que estamos a cultivar
Para produzirem bebida 'verdadeira'.
O solo está escarificado.
Preparado para o ar e a chuva...
Permanecer por mais tempo irrigado
E ajudar na produção da uva.
O terreno não precisa revolver.
Ele é apenas para... acariciar!
Com cuidado vamos resolver...
E cultivar com o verbo amar!
A terra “em que se plantando tudo dá”!
Mas dela não podemos tudo exaurir
É preciso nela conservar...
Com cobertura o cultivo prosseguir!
Serco Robso Gioto Bueruza/Candói, 17/09/2005
No caminho da tradição...
Levantar com disposição e alegria
No desejum... café com pão!
Uma menina quer descansar.
Outra tem muita disposição.
A terceira vai ainda estudar.
E eu vou partir para a ação...
Para Três Passos vamos rumar
Carregando as mudas de videira.
Plantas que estamos a cultivar
Para produzirem bebida 'verdadeira'.
O solo está escarificado.
Preparado para o ar e a chuva...
Permanecer por mais tempo irrigado
E ajudar na produção da uva.
O terreno não precisa revolver.
Ele é apenas para... acariciar!
Com cuidado vamos resolver...
E cultivar com o verbo amar!
A terra “em que se plantando tudo dá”!
Mas dela não podemos tudo exaurir
É preciso nela conservar...
Com cobertura o cultivo prosseguir!
Serco Robso Gioto Bueruza/Candói, 17/09/2005
ESPAÇO SIDERAL
Meu planeta! Minha lua!
Meu sol, estrela!
Meu astro brilhante!
Meu espaço sideral!
Em ti eu me perco!
Tu és meu!
E eu sou teu!
Eu vou, tu ficas!
Eu fico, tu vais!
Sempre nos reencontramos!
Outras dimensões.
Outros planos.
Outras claridades.
Outros brilhos...
Quiseram me atrair.
Quiseram me levar.
Quiseram me segurar.
Quiseram ofuscar minha visão!
Mas tu a todos...
Sobrepujaste em atenção!
Ganhaste em valor!
Superaste em aconchego!
Completaste meu coração!
E eis-me aqui...
Perdido no 'espaço sideral'!
Em tua incomensurável grandeza.
Mas encontrado na pequenez
Do meu diminuto mundo pessoal!
Tantos seres... Quase ao infinito!
Brilhos, cores, grandiosidades!
E eu... poeira cósmica.
Materialmente finito.
Consciência em expansão...
Ao infinito!
Porém inacabada...
sem chegar lá!!!
Sergio Bucco/CTBA, 17/04/2007
Meu sol, estrela!
Meu astro brilhante!
Meu espaço sideral!
Em ti eu me perco!
Tu és meu!
E eu sou teu!
Eu vou, tu ficas!
Eu fico, tu vais!
Sempre nos reencontramos!
Outras dimensões.
Outros planos.
Outras claridades.
Outros brilhos...
Quiseram me atrair.
Quiseram me levar.
Quiseram me segurar.
Quiseram ofuscar minha visão!
Mas tu a todos...
Sobrepujaste em atenção!
Ganhaste em valor!
Superaste em aconchego!
Completaste meu coração!
E eis-me aqui...
Perdido no 'espaço sideral'!
Em tua incomensurável grandeza.
Mas encontrado na pequenez
Do meu diminuto mundo pessoal!
Tantos seres... Quase ao infinito!
Brilhos, cores, grandiosidades!
E eu... poeira cósmica.
Materialmente finito.
Consciência em expansão...
Ao infinito!
Porém inacabada...
sem chegar lá!!!
Sergio Bucco/CTBA, 17/04/2007
Apesar de ti
Apesar de ti o mundo existe! Sem ti ele existe também!
Tu e eu não fazemos falta nenhuma ao mundo...
Aliás, sem nós pode ser que ele tenha mais chances de ser!
Nós Humanos somos os piores predadores da Terra!
Conosco o mundo pode acabar!
Sem nós ele poderá continuar...
Apesar de tudo...
O mundo ainda está aqui!
Está em movimento contínuo...
Tudo se move constantemente!
Nada pára hora nenhuma...
Nada é igual...
Tudo se transforma!
As águas evaporam, formam as nuvens e caem de volta...
Penetram nas florestas, nos campos, nas lavouras...
Fecundam o solo e fazem as plantas crescerem!
Não encontrando lugar para encharcar, as águas...
Correm rápida e velozmente para os fundos de vale...
E tod@s conhecemos as consequências...
Mas as águas não são culpadas!
E a Terra judiada, pelada, lavrada, envenenada, continua...
Num processo de resistência, ainda dando lugar a tod@s!
Parece o dito que diz: “O sol nasce para todos, bons e maus!”
Tu e eu não fazemos falta nenhuma ao mundo...
Aliás, sem nós pode ser que ele tenha mais chances de ser!
Nós Humanos somos os piores predadores da Terra!
Conosco o mundo pode acabar!
Sem nós ele poderá continuar...
Apesar de tudo...
O mundo ainda está aqui!
Está em movimento contínuo...
Tudo se move constantemente!
Nada pára hora nenhuma...
Nada é igual...
Tudo se transforma!
As águas evaporam, formam as nuvens e caem de volta...
Penetram nas florestas, nos campos, nas lavouras...
Fecundam o solo e fazem as plantas crescerem!
Não encontrando lugar para encharcar, as águas...
Correm rápida e velozmente para os fundos de vale...
E tod@s conhecemos as consequências...
Mas as águas não são culpadas!
E a Terra judiada, pelada, lavrada, envenenada, continua...
Num processo de resistência, ainda dando lugar a tod@s!
Parece o dito que diz: “O sol nasce para todos, bons e maus!”
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