Se não temos o direito de ser?
Se não temos o direito de viver?
Se não temos o direito de mudar?
Se não temos o direito de participar?
Se não temos o direito de construir?
Se não temos o direito de transformar?
No papel temos todos os direitos...
Mas no 'nicho' somos tolhidos!
Se buscamos o saber somos curiosos.
Se deixamos de buscá-lo somos desligados.
Se sabemos somos metidos.
Se não sabemos somos ignorantes.
Se falamos com as pessoas somos subversivos.
Se não falamos somos somos individualistas.
Se tocamos as pessoas somos frescos.
Se deixamos de tocá-las somos mesquinhos.
Se ouvimos as pessoas somos pacatos...
Se não ouvimos somos desatentos.
Se dizemos a verdade magoamos.
Se não dizemos somos sonegadores.
Se vamos até o povo somos populistas.
Se nos distanciamos somos elitistas.
Se ajudamos somos oportunistas.
Se não ajudamos somos indiferentes.
Se obedecemos às leis somos 'caxias'.
Se não obedecemos somos delinquentes.
Se participamos somos somos repelidos!
Se não participamos somos estranhos...
Se tomamos partido somos inconvenientes.
Se não tomamos... somos do 'muro'.
Se fazemos política somos politiqueiros.
Se não fazemos somos alienados!
Se fazemos poemas somos sonhadores.
Se não somos racionalistas.
Afinal, o que serve a este mundo?
Ora, dane-se ele com a sua falta de rumos!
Nós estamos aqui para...
Com muito tesão viver de verdade!
Candói, 10/11/1994. publicado pela primeira vez no Jornal da ACDC em abril de 1995.
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