No ato da concepção somos feitos pelo encontro de dois buracos.
Aninhamo-nos durante nove meses
em um buraco.
Nascemos através de um buraco.
Caímos em um imenso buraco.
Atravessamos muitos buracos,
entrando e saindo muitas vezes.
Respiramos por dois buracos.
Ouvimos por dois buracos.
Falamos por um buraco.
Comemos através do mesmo.
Colocamos os alimentos em um buraco.
Lacrimejamos através de dois buraquinhos.
Transpiramos por inúmeros buraquinhos.
Defecamos por outro...
Urinamos igualmente por longo buraco.
Sentimos um fugaz prazer...
pela comunhão de buracos.
Às vezes topeçamos em buracos.
Noutras, neles caímos.
Quando morremos nos colocam num buraco.
Este mundo é um buraco!
A existência é... um buraco!
Alguém falou que é um vazio...
Sergio Bucco/Rio Bonito do Iguaçu, agosto/2007
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